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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

R.I.P. REDSON! SEU LEGADO PARA O PUNK BRASILEIRO É INESTIMÁVEL!


É difícil acreditar mas, aos 49 anos - e cheio de vida -, morre o Fundador e vocalista da banda Cólera, além de ser idealizador de um dos primeiros selos independentes de som punk e underground, o Ataque Frontal. Redson morreu na noite dessa terça-feira (27), em São Paulo, concretizando o que parecia profetizar a letra "Em Setembro".
A notícia foi dada através da comunidade da banda no Orkut, pelo baixista Val, se alastrando como rastílho de pólvora pelas redes sociais: "Redson (Cólera) meu amigo e ex-sócio na Ataque Frontal faleceu esta noite". A inscrição "Descanse em paz camarada, com a certeza que fez sua história!", estava na pagina do selo.
  O baixista Val escreveu no Orkut, "Redson passou mal quando estava sozinho em sua residência por volta das 2h30 na madrugada de segunda-feira (26) para terça, foi socorrido por um amigo que acionou o SAMU e o conduziu ao Hospital João XXIII, na Mooca, onde foi atendido".
Ontem, às 15h, Redson teria recebido a visita de um amigo, com quem conversou por quase uma hora e meia. Às 22h do mesmo dia, a família de Redson foi chamada ao hospital, sendo solicitado que levassem os documentos do músico.
Redson formou o Cólera em 1979 ao lado de seu irmão Pierre, baterista da banda, contando também com Kinno e Helinho para sua formação.
Ícone do punk rock brasileiro, a banda foi uma das responsáveis pela consolidação do gênero no país, além de ser uma das bandas há mais tempo na estrada desse estilo no Brasil.
Em 1981, Hélio e Kino deixam a banda e Redson assume a guitarra e o vocal, mudando a sonoridade e a proposta da banda que, com a entrada do Val no baixo, passou a fazer um som mais vigoroso e com letras de protesto abordando temas como pacifismo, antimilitarismo e ecologia.
Em 1982 o Cólera entra na primeira coletânea punk do Brasil, chamada "Grito Suburbano", primeiro registro do punk brasileiro em LP, ao lado dos Inocentes e Olho Seco, ano que participaram do primeiro festival punk do Brasil, "O Começo do Fim do Mundo", no Sesc Pompeia.
Em 1983, Redson cria os "Estúdios Vermelhos" e lança outro petardo, a coletânea "SUB", ao lado dos Ratos de Porão e da Fogo Cruzado. Depois de 2 anos, o selo muda seu nome para "Ataque Frontal", lançando o álbum de estreia do Cólera, "Tente Mudar o Amanhã" O Show de lançamento do LP foi gravado e acabou sendo lançado no formato LP Split Ao Vivo, com os Ratos de Porão. Para encerrar aquele ano com chave de ouro,lançaram mais uma coletânea furiosa, o clássico LP "Ataque Sonoro".
Em 1986, o álbum "Pela Paz em Todo Mundo" vende quase 100 mil cópias, um número bastante expressivo para um lançamento independente. No ano seguinte sai o EP em 45 r.p.m. "É Natal!!!?", além de uma turnê pela Europa, custeada a duras penas pela própria banda. Lá, o Cólera dividiu o palco com bandas como INFERNO (Alemanha) e Disorder (UK).
Os registros da turnê são lançados nos anos seguintes com o LP ao vivo "European Tour '87" e um vídeo, chamado "20 Minutos de Cólera".
Em 1989 é lançado pela Devil Records o LP "Verde, não devaste" e, em 1992, é lançado o álbum "Mundo mecânico, mundo eletrônico", onde é regravada a profética música 1.9.9.2. do primeiro álbum, que fazia alusão ao ano em questão.
Após uma pausa nas gravações, em 1998 é lançado mais uma pérola do punk rock brazuca, o álbum "Caos Mental Geral", trazendo vários clássicos, entre eles, "Dia e Noite, Noite e Dia", que foi gravada pela banda alemã Rasta Knast. Comemorando mais um aniversário da banda, lançam "20 Anos Ao Vivo", em 2002, e "Deixe a Terra em Paz", em 2004. O álbum "Primeiros Sintomas" é lançado em 2006, com diversas gravações de 1979 e 1980.
Em 2008 o Cólera parte para nova turnê pela Europa e, em 2009, iniciam a excurssão "30 Anos Sem Parar!", pelo Brasil. Uma curiosidade dessa turnê foi durante sua passagem pelo Rio Grande do Sul, mais precisamente pela cidade de Canoas, no show organizado pela B.I.L. No palco, Redson fez questão de relembrar que, nos anos 80, o Cólera fora impedido de tocar em um fatídico show com outras bandas - entre elas, Os Replicantes - que rolou no CSSGAPA, clube dos milicos da base aérea local. Naquela ocasião, o Cólera vinha de outra cidade onde também tinham se apresentado e não conseguiram chegar no horário combinado e, mesmo com mesmo com a ensistência e as lágrimas de Redson, foram impedidos de se apresentar pela organização daquele show. O episódio deixou Redson emocionado, gerando a promessa pessoal que um dia o Cólera voltaria e tocaria em Canoas, o que aconteceu em 12/06/2011 na Fundação Cultural de Canoas.
Enfim, perdemos mais um ícone do punk nacional, que influenciou gerações através de suas músicas e idéias.
RIP Redson!